Um dos anexos que integram o acordo de delação do empresário Eike Batista com a Procuradoria-Geral da República (PGR) detalha o pagamento de R$ 20 milhões de propina a Aécio Neves. A informação é da colunista Bela Megale, do Globo.
Segundo a jornalista, Eike contou que o dinheiro era uma contrapartida pela ajuda de Aécio às empresas de seu grupo junto ao poder público, em especial em Minas Gerais. O empresário citou a concessão de licenças ambientais como um dos benefícios concedidos ao seu grupo. O ex-governador mineiro chamou de falsa e absurda a acusação.
Eike afirma que repassou a propina a um amigo de Aécio, conforme pedido do próprio tucano. O acordo de Eike com a PGR ainda não está fechado. Há menos de um ano, ele tentou sem sucesso fechar o acordo com a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Recentemente ele abriu nova negociação com a Procuradoria.
Preso duas vezes nas operações Eficiência e Segredo de Midas, que apontou um esquema de manipulação do mercad
o de capitais e lavagem de dinheiro para o ex-governador Sergio Cabral, ele foi solto em agosto do ano passado.
“A acusação é falsa e absurda. Basta dizer que, em 2010, o deputado Aécio Neves não era mais governador de Minas. O deputado jamais intercedeu em favor de qualquer interesse do Sr. Eike Batista”, disse Aécio em nota enviada ao Congresso em Foco.
“É lamentável que acusações levianas, como essa, sejam aceitas por autoridades sem a menor comprovação, exclusivamente para atender interesse de um réu confesso de inúmeros crimes e que, agora, busca obter benefícios através de imputações que jamais serão comprovadas exatamente por serem falsas”, acrescentou.
Segundo o deputado, vazamentos selecionados de acusações vagas são estratégia de interesse de delatores e dificultam até mesmo a apresentação dos argumentos de defesa de quem é injustamente acusado.
O deputado também é acusado de receber propina do empresário Joesley Batista, do grupo JBS.
Congresso em foco.